terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A bala que não foi perdida

Publicado em Opinião – Dário de Pernambuco
13.12.2011

Neste início de dezembro, a sociedade brasileira vivenciou um fato que há muito
esperava acontecer: a exoneração do Ministro Carlos Lupi do Ministério do
Trabalho.
Padecendo de um processo de fritura que perdurou muito mais do que o tempo ocorrido com outros integrantes do ministério da Presidente Dilma Rousseff, ele resistiu ao máximo mesmo sem o fundamental apoio do seu partido. Contudo, chegou o momento da exaustão, do desgaste político e emocional tanto para ele quanto para o Palácio do Planalto.

As denúncias foram se acumulando e ainda há uma interrogação nisso tudo. Por que o Palácio do Planalto hesitou tanto tempo para exonerá-lo? Será ele um arquivo vivo precioso e de alta relevância? Não dá para entender a demora ocorrida para esse desfecho que até o seu partido político já esperava e desejava.

Com tantas irregularidades fundamentadas e inquestionáveis, a presidente Dilma Rousseff ainda solicitou da Comissão de Ética Pública da Presidência da República mais explicações... Ora, explicar mais o que se já havia tantas evidencias para uma Comissão especifica para os
casos da espécie... Explicar o óbvio?

Essa hesitação e a cobrança de mais detalhes enfraqueceram e desmoralizaram, também, aqueles que averiguaram em profundidade
todos os questionamentos, que ao final, não restou duvidas quanto aos atos
ilícitos cometidos naquele ministério. Ao todo são sete ministros exonerados
num universo de quase quarenta e outras denúncias pairam no ar em outros
ministérios. Até quando esses casos de corrupção permanecerão nas manchetes dos
noticiários nacionais?

Qual será a solução para coibir e estancar esse câncer que avilta nossa sociedade e fragiliza os governos em suas esferas municipais, estaduais e federais? Seria o caso de serem criadas leis mais severas e darmos mais celeridade aos processos nos âmbitos policial, judicial e
também, maior rigor na fiscalização e controle dos gastros públicos?
Já vimos que CPIs não dão em nada...Por uma questão de justiça, essas sementes podres
não foram plantadas pela presidente Dilma Rousseff. Pela sua postura e firmeza,
observamos que ela não aceita tais procedimentos nem tampouco, houve tempo para
que tudo isso fosse plantado no seu governo.

Enfim, qual o caminho que deveremos trilhar para banir dos nossos dias procedimentos
inescrupulosos desses políticos e mesmo de funcionários públicos que atuam com
desonestidade? Há de ter uma saída para esse triste quadro da vida nacional...