segunda-feira, 18 de junho de 2018

A caridade no lar


Publicado no Jornal do Commercio
Caminhos da Fé 17.06.2018


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Se nos abstivermos do mundo externo e nos vincularmos com atenção ao ambiente do lar onde iniciamos nossa convivência social, iremos perceber quão rico e promissor ele se apresenta para a nossa caminhada evolutiva. A princípio, é naquele local que convivemos e divergimos constantemente por conta da nossa falta de compreensão, tolerância e indulgência para aqueles que nos circundam no dia a dia. Quando partilhamos de um mesmo ambiente devemos ter em mente que somos individuais e, por conseguinte diferentes.

A partir da aceitação dos preceitos de Jesus, que nos ensina as virtudes do bem culminando com o maior delas o amor, devemos atentar para essa oportunidade que nos é concedida para nosso aprimoramento moral.

Quantas divergências ocorrem naquele ambiente por conta das nossas intransigências cristalizadas no orgulho e egoísmo? Ao nos envolvermos com a Doutrina Espírita que professa as orientações do Cristo, despertamos para a importância desses desafios que são provas que nos fortalecem para a elevação espiritual. Sabemos que nossas existências são múltiplas e em cada uma delas trazemos de forma inconsciente as experiências boas e os equívocos do passado.

Nosso caráter petrificado na ancestralidade e encoberto pelo véu do esquecimento manifesta-se em nossas existências, onde buscamos nesse “arquivo confidencial” tudo que já experimentamos para darmos continuidade à vida presente. É inconteste que só fazemos aquilo que sabemos e esses conhecimentos e práticas permite-nos tão somente praticá-los como capítulos de uma nova vida corpórea...

Seguindo a Doutrina Espírita e consciente da realidade do processo reencarnatório, devemos conceber esses desafios como sendo a misericórdia do Pai, que nos oportuniza reencontros com aqueles que temos diferenças para reconciliarmos nossos sentimentos.

Recebemos essas dádivas a principio como agruras, mas pelo entendimento buscamos a construção em nosso lar de um novo caminho em nossa estrada evolutiva, cujos benefícios serão estendidos ao convívio social externo. Observemos que regra geral essa prática não ocorre de forma plena, por nos mantermos, ainda fincados no Dédalo do orgulho e egoísmo.

Essa ausência de percepção dificulta os nossos passos a caminho da redenção. Temos nas palavras de Jesus segundo Mt 5:25-26: “Concilia-te depressa com teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerram na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.” Ao praticarmos a paciência, indulgência e tantas outras virtudes edificantes que nos elevam ao Criador, estaremos vivenciando a caridade moral que esquecemos ou postergam.

Tenhamos em mente que a nossa parentela espiritual é imensa e nossos reencontros sempre ocorrerão de forma harmoniosa com aqueles que já temos afinidade e, também os controversos nos sentimentos para os devidos resgates.

Essa é a Lei Divina do amor que agrega e soma diferentemente do ódio e rancor, que desestabilizam e destroem. “O lar é um canteiro fértil para semearmos a caridade”

Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando para Jesus





Nós temos desafios ou problemas?

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Publicado no Jornal do Commercio
Caminhos da Fé 13.05.2018


Observando o nosso dia a dia, verificamos que os acontecimentos que se apresentam podem ser desafios ou problemas, dependendo da forma como os encaramos. Nesse contexto podemos dizer que desafio é tudo aquilo que nos instiga à superação. 

É uma espécie de “estimulo” que recebermos e também uma oportunidade para testarmos a nossa capacidade de vencer aquilo que nos incomoda ou nos conduz a transtornos de qualquer ordem. Devemos exercitar a paciência e coragem,  para termos condições de enfrenta-los e chegarmos a um desfecho menos sofrido. Obviamente que essa vitória dependerá de esforço e determinação, e que jamais mergulhemos no desânimo.

Por outro lado, o que seria problema? Podemos dizer que se trata de algo que nos chega de forma assustadora e que, de início, sentimo-nos impotentes para a devida solução. É nesse ponto que o medo e o pessimismo se fazem presentes, trazendo-nos a incerteza quanto ao resultado desse enfrentamento. Daí em diante estaremos no curso de um sofrimento avassalador que terá consequências das mais variadas em nosso campo mental, com repercussões severas no corpo físico, onde a angústia solapa o nosso bem estar.

O desejo de ser feliz faz parte do sentimento de todo ser humano, sendo essa busca um trabalho diuturno. Contudo no Livro dos Espíritos, questão 920, temos: “O homem pode gozar na terra de uma felicidade completa”? “– Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus males e ser tão feliz, quanto se pode ser na Terra”.

Conscientes dessa assertiva, devemos aceitar os dias atribulados como parte das nossas existências, não cabendo entrarmos em desespero, mesmo porque, somente faremos recrudescer os nossos sofrimentos. Isto posto, descortinemos aquela força interior que nos move diante de tudo que nos ameaça. Esse poder inerente ao ser humano não é bem conhecido, merecendo que nos apercebamos do mesmo, tornando-o útil para melhor vivermos.

Uma reflexão importante se faz necessária e consiste em mudarmos a maneira de ver os fatos e coisas. Lembremo-nos de que toda “moeda” tem dois lados e em geral não atentamos para uma visão diversa daquela que adotamos rotineiramente, face ao arquivo das experiências pretéritas que nos faz proceder conforme aquelas vivências com inúmeros equívocos.

É preciso ter em mente que não raro, os sofrimentos são “sinais” de alerta para que tomemos novos rumos em nossas vidas.  Infelizmente a visão material nos afasta da dimensão extrafísica que se constitui na verdadeira vida que é espiritual.

Temos ainda em Matheus 5:4: “Bem aventurados os que choram, por que eles serão consolados”. Desnecessário dizer que a prece, a fé e a esperança configuram a trilogia que nos impulsiona para a resignação, fortalecendo os nossos passos para o contínuo processo evolutivo.
(Todos nós somos suscetíveis a oscilações. A vida é um “surf”, onde as ondas influenciam as emoções e os sentimentos).