domingo, 4 de outubro de 2020

 


Publicado no Jornal do Commercio

Caminhos da Fé 

04.10.2020

Reinventando a vida


Ao longo dos tempos a Humanidade convive com pandemias que resultaram em muitos sofrimentos. Naqueles períodos, não havia o conhecimento que hoje a ciência nos traz  com grandes benefícios. Muitas das agruras já são evitáveis ou minimizadas mercê dos avanços tecnológicos que oportunizam a previsão de catástrofes.

Logo no alvorecer de 2020, o mundo deparou-se com uma nova doença que rapidamente transformou-se em pandemia. O Covid-19 solapou o sossego de todo o mundo e nesse processo expandiu-se de forma abrupta, ceifando milhares de vidas.

O recolhimento tornou-se imperioso, além de outras medidas restritivas e de cuidados pessoais intensos, para tentar deter o avanço da contaminação. O ser humano isolou-se compulsoriamente, já que há muito se encontrava na “solidão comunitária”, por conta da  comunicação pela tecnologia em detrimento da palavra verbal. Os de longe vivem perto e os contíguos, afastados...

Essa calamidade que deixa sofrimentos intensos tem sua razão de ser. É a destruição favorecendo a renovação. Temos no Livro dos Espíritos Q-728: “É lei da Natureza a destruição”?  - Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar; porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.

Nesse rastro de dor, a perda de entes queridos, o desemprego e tantas carências se tornaram mais evidentes ficando o ser humano impotente diante de algo microscópico: um vírus... Depreende-se, então, como somos frágeis diante de algo aparentemente insignificante, mas potencialmente perigoso e letal.

Decorrente disso, além da enfermidade física, aliaram-se as de ordem mental. Os casos de ansiedade e depressão avolumaram-se sendo um fator a mais nessa neurose pandêmica que se instalou no mundo.  Será motivo de reflexão? Sim! Mas qual o grau de amadurecimento que a lição nos trouxe ou ainda trará? Durante esses acometimentos, deparamo-nos diante de pessoas sem a mínima proteção pessoal, que de forma egoísta, esqueceram de que sendo contaminadas outras também seriam... Essa prática foi um desrespeito aos semelhantes parecendo que vivem de forma “soberana” sobre todos os demais. 

O bom senso não teve espaço naquelas mentes que se arvoram do direito de prejudicar os demais.  A esperada “imunidade de rebanho” não contou com a “fraternidade” correspondente.

Será que a lição foi suficiente para mudarmos os padrões de comportamento? Ainda, não! Contudo, tivemos que nos reinventar e a tecnologia fez com que as reuniões das Casas Espíritas e demais entidades religiosas promovessem encontros virtuais para suprirem de alguma forma a realização dos seus trabalhos.

Evidentemente não é o ideal, mas a necessidade renova o espirito criativo do homem para superar os desafios que se lhes apresentam. São as experiências dolorosas ou não que nos levam à evolução na escola da vida. 

Luiz Guimarães Gomes de Sá

Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus

www.cecpj.org.br

 

 



Publicado no Jornal do Commercio

Caminhos da Fé

06.09.2020

Suicídio: uma calamidade mundial

No dia 10 de setembro de 2003, foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como data de campanha de prevenção contra o suicídio em todo o mundo, por conta dessa calamidade que assola a humanidade de forma alarmante. A cada ano identificam-se pelas estatísticas o aumento dessas ocorrências que se tornaram um problema de saúde pública.

As causas são as mais diversas sendo a depressão uma das mais importantes nesse contexto.  Dificuldades financeiras, doenças, drogas licitas ou não, desenganos da vida e, também a ausência de religiosidade do ser humano, fazem com que essa incidência se torne cada vez mais preocupante. O suicida não quer deixar de viver, ele quer “livrar-se” aquilo que o aflige.

A fragilidade humana decorrente dos sentimentos e emoções mal vivenciados oportuniza esse ato de desespero, e para quem acredita que a vida não se resume do berço ao túmulo, sabe que aumentamos em grau elevadíssimo nossas aflições do amanhã, ou seja, o Espírito segue além-túmulo com tudo que aqui construiu de bom ou não. Lembremo-nos sempre de que a vida é um ciclo de desafios que são provas para o nosso processo evolutivo.

Abreviar a vida é a maior transgressão do ser humano às Leis de Deus, segundo a questão 944, do Livro dos Espíritos: “Tem o homem o direito de dispor da sua vida”? - Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu, em 22 de janeiro de 1998, que “saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”, e o Ministério da Saúde apoia o Centro de Valorização da Vida (CVV). Em 2017, 2 milhões de pessoas ligaram de maneira gratuita para o número 188, que oferece apoio emocional e de prevenção do suicídio. Imaginemos quantas vidas foram poupadas desse desatino...

Os números continuam crescentes e sabe-se de que a cada 40s alguém comete o suicídio no mundo. No Brasil, a cada 42 min isso acontece. Chega-se a um total de 800 mil casos por ano em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a meta de reduzir em 10% os casos de mortes por suicídio até 2020. Não será fácil, visto que a pandemia do Covid-19 contribuiu fortemente para o crescimento dos processos depressivos.

Quando cremos no Criador e que somente nele poderemos ter o amparo necessário para as nossas vicissitudes, além obviamente da nossa vontade, sentimo-nos fortalecidos e a fé aliada a perseverança e a resignação leva-nos ao caminho de uma dor menor, enquanto a revolta é a porta do sofrimento.  Revoltar-se é agravar tudo que já nos incomoda e sabemos que essa postura nada resolve.

Enquanto o ser humano não buscar no seu interior as virtudes do bem, como o amor, a caridade, a fraternidade dentre tantas outras, não sairá desse Dédalo que o eterniza encarcerado no desespero. Esse reencontro com o seu “eu” constitui-se na chave do tesouro adormecido e, que somente cada um de nós tem acesso.

Tenhamos consciência de que as nossas lutas externas são fugazes, mas aquelas contidas em nosso íntimo são as difíceis, pois é imperioso que renunciemos aos fatores impeditivos  do nosso progresso moral, como o egoísmo, o orgulho e outros sentimentos inferiores que trazemos de vidas pretéritas.

Luiz Guimarães Gomes de Sá

Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus

www.cecpj.org.br