Publicado no Jornal do Commercio
Caminhhos da Fé
01.09.2019
"Disse
Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e
de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo" (Mateus
22:37-40). Com essa síntese do Mestre Jesus, não invalidando os demais
Mandamentos, evidenciamos que devemos nos amar para podermos vivenciar esse
sentimento com os nossos semelhantes.O amor em sua plenitude requer uma
maturidade espiritual que ainda estamos a construir.
Perseverando
para essa conquista, se tivermos amor e perdão por nós, estaremos no caminho da
libertação do sentimento de culpa. Se assim não procedermos, seremos réus
e juízes das nossas imperfeições e ficaremos energizando a culpa que nos levará
de forma inexorável à auto-obsessão. Conscientes de que Deus é bom, justo e misericordioso,
não nos condenando e mesmo Jesus nosso Mestre e guia não tendo condenado
ninguém, fica evidente de que o amor deve predominar como objetivo maior
em nossas vidas, caminhando junto com a caridade que é “aquele sentimento em sua forma dinâmica”.
Consideremos
a questão 886, do Livro dos Espíritos: “Qual o verdadeiro sentido da palavra
caridade, como a entendia Jesus”? —
Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão
das ofensas.O "indulto" que viermos a nos conceder através
do autoperdão não se configura em desleixo nem tampouco,
omissão quanto às nossas faltas, e sim numa oportunidade para realizarmos
a necessária catarse.
O martírio
da culpa não deve permanecer em nós. O conhecido aforismo: “águas passadas não movem moinhos”, esclarece que não devemos ficar
mergulhados no passado remoendo sofrimentos. No livro Momentos de Consciência,
pg. 25, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
consta: “(...) Desse modo quem se detém
nas sombrias paisagens da culpa ainda não descobriu a consciência da própria
responsabilidade perante a vida, negando-se a bênção da libertação”.
Encontramos,
ainda no Livro dos Espíritos, questão 835: “Será a liberdade de consciência uma
consequência da de pensar”? – A
consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como os outros
pensamentos”. Destarte, a culpa deve ser superada mediante ações positivas,
reabilitadoras, que resultarão dos pensamentos íntimos enobrecedores. O Mestre
Jesus disse a mulher adúltera:
"(...) Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais (João 8:11).
É dessa
forma que devemos alinhar nossas consciências exercitando-nos diuturnamente
nesse processo de reeducação, onde a indulgência tem nascedouro em nossos
próprios erros. No livro Jesus e o Evangelho à luz da Psicologia Profunda,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis, temos: “(...) Amando-se, ultrapassa-se a própria
humanidade na qual se encontra o ser, para alcançar-se uma forma de angelitude,
que o alça do mundo físico ao espiritual mesmo que sem ruptura dos laços
materiais”.
O autoperdão
livra-nos do sofrimento e, também dos transtornos psicossomáticos consequentes.
(O ódio aprisiona; o perdão liberta).
Luiz
Guimarães Gomes de Sá Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus
Rua Dr.
Machado, 168 Campo Grande