Publicado no Jornal do Commercio
Caminhos da Fé 17.06.2018
Se nos abstivermos do mundo externo e
nos vincularmos com atenção ao ambiente do lar onde iniciamos nossa convivência
social, iremos perceber quão rico e promissor ele se apresenta para a nossa
caminhada evolutiva. A princípio, é naquele local que convivemos e divergimos
constantemente por conta da nossa falta de compreensão, tolerância e
indulgência para aqueles que nos circundam no dia a dia. Quando partilhamos de
um mesmo ambiente devemos ter em mente que somos individuais e, por conseguinte
diferentes.
A partir da aceitação dos preceitos de
Jesus, que nos ensina as virtudes do bem culminando com o maior delas o amor,
devemos atentar para essa oportunidade que nos é concedida para nosso
aprimoramento moral.
Quantas divergências ocorrem naquele
ambiente por conta das nossas intransigências cristalizadas no orgulho e
egoísmo? Ao nos envolvermos com a Doutrina Espírita que professa as orientações
do Cristo, despertamos para a importância desses desafios que são provas que
nos fortalecem para a elevação espiritual. Sabemos que nossas existências são
múltiplas e em cada uma delas trazemos de forma inconsciente as experiências
boas e os equívocos do passado.
Nosso caráter petrificado na
ancestralidade e encoberto pelo véu do esquecimento manifesta-se em nossas
existências, onde buscamos nesse “arquivo
confidencial” tudo que já experimentamos para darmos continuidade à vida
presente. É inconteste que só fazemos aquilo que sabemos e esses conhecimentos
e práticas permite-nos tão somente praticá-los como capítulos de uma nova vida
corpórea...
Seguindo a Doutrina Espírita e
consciente da realidade do processo reencarnatório, devemos conceber esses desafios como sendo a misericórdia do Pai, que nos
oportuniza reencontros com aqueles que temos diferenças para reconciliarmos
nossos sentimentos.
Recebemos essas dádivas a principio como
agruras, mas pelo entendimento buscamos a construção em nosso lar de um novo
caminho em nossa estrada evolutiva, cujos benefícios serão estendidos ao
convívio social externo. Observemos que regra geral essa prática não ocorre de
forma plena, por nos mantermos, ainda fincados no Dédalo do orgulho e egoísmo.
Essa ausência de percepção dificulta os nossos
passos a caminho da redenção. Temos nas palavras de Jesus segundo Mt 5:25-26: “Concilia-te depressa com teu adversário,
enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te
entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerram na prisão. Em
verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o
último ceitil.” Ao praticarmos a paciência,
indulgência e tantas outras virtudes edificantes que nos elevam ao Criador,
estaremos vivenciando a caridade moral que esquecemos ou postergam.
Tenhamos em mente que a nossa parentela
espiritual é imensa e nossos reencontros sempre ocorrerão de forma harmoniosa
com aqueles que já temos afinidade e, também os controversos nos sentimentos
para os devidos resgates.
Essa é a Lei Divina do amor que agrega e
soma diferentemente do ódio e rancor, que desestabilizam e destroem. “O lar é um canteiro fértil para semearmos a
caridade”
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando
para Jesus
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