quinta-feira, 29 de julho de 2010

NOSSO TRANSITO INFERNAL

Publicado em Opinião do Diário de Pernambuco, em 29 07 2010


Com a estabilização da economia e consequente aquecimento na venda de veículos, o trânsito no Recife tornou-se um verdadeiro caos cuja solução, não vislumbramos a curto ou médio prazo.

Acreditamos que esse problema não seja somente local, mas que esteja instalado em todo o Brasil.

O fato da expansão dos negócios na indústria automobilística não figura como único fator que gera os grandes transtornos em várias artérias da cidade.

Especificamente no Recife, não ocorreu ao mesmo tempo a criação de novas vias de acesso na proporção que pudesse absorver a enorme demanda de veículos.

Nesse contexto, houve um expressivo aumento do número de motos em circulação tanto pelo baixo custo, quanto pela facilidade de pagamento a longo prazo. Assim, esse caos é um problema multifatorial e de complexidade acentuada para seu enfrentamento e adequada solução. 


Somando a t udo isso, existe uma desordem generalizada quanto a forma como as motos trafegam em nossas ruas. Além da velocidade excessiva, há um total desrespeito às leis de trânsito. Não respeitam os semáforos e circulam fazendo acrobacias, sendo um agravante importante no disciplinamento do nosso trânsito. Comprova-se tudo isso com as estatísticas de acidentes, onde as motos figuram com expressivo percentual como protagonistas de abalroamentos, em todo o país, sendo nos dias de hoje um problema de saúde pública, haja vista, os custos com atendimentos hospitalares, tratamentos de reabilitação e readaptação funcional em muitos casos.


Esse problema não é de hoje. Arrasta-se ao longo dos anos e não vemos nenhuma ação de caráter educativa nem tampouco coercitiva adotada pelas autoridades do setor, para que tivéssemos minimizado o abuso dos motoqueiros que pelo visto, não têm amor a vida, pondo em risco também, os transeuntes. Coadjuvando esse espetáculo nada agradável, aos ciclistas há de se atribuir um papel de destaque. A principio em nível de segurança, não utilizam sinalização alguma que possa ajudar aos demais condutores de veículos sua visibilidade. Compondo esse quadro, há em circulação veículos sem a mínima condição de segurança, sem faróis, pneus desgastados, entre outras falhas que obviamente comprometem a segurança no trânsito.

Como agravante, trafegam irresponsavelmente pela contramão, sendo isso uma regra geral, sem exceção. As leis vigentes preconizam essa prática onde existam ciclovias, mas eles decidiram adotar suas próprias leis e deu certo. Nada é feito para coibir essa transgressão. Temos ainda, as carroças que fazem o que querem. Essas também não têm lei que segure... Param nas esquinas e sinalização, nem pensar. Completam dessa forma o espetáculo que jamais gostaríamos de vivenciar...

Acreditamos que as ações educativas sejam fundamentais, contudo, uma fiscalização contínua e severa é imperiosa, para serem avaliados os reais frutos desse trabalho. A sociedade há muito espera alguma atitude das autoridades para que tudo isso seja minimizado e possamos trafegar com mais segurança. Se algo está sendo feito, com certeza, é de forma tímida e ineficaz, pois, já era tempo de termos algum resultado prático e efetivo, afinal, esses problemas existem há anos sem o devido enfrentamento.

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