sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Neurose pandêmica



Publicado em Opinião do Diário de Pernambuco 12.02.2016

O mundo está de cabeça para baixo! Por onde andamos sentimos a apreensão do povo por conta da insegurança. É comum nas conversas que participamos ter a violência como tema. Independente da classe social essa preocupação se faz presente.

No Brasil em especial esse perfil destaca-se face aos crescentes índices de roubos e assaltos. Ninguém está livre desses tormentos e dificilmente encontraremos quem nunca passou por esse constrangimento... Nos países desenvolvidos como os Estados Unidos, Canadá e muitos outros da Europa, a segurança ainda existe em parte, por conta da atuação eficiente das polícias e principalmente pelo rigor das leis que para a felicidade daqueles povos são cumpridas.

Mas essa sensação de tranquilidade acabou! Acabou para todos os países por conta da insanidade do Estado Islâmico que implanta um clima de terror de forma fanática e por conta disso, realizam as maiores atrocidades ameaçando a quem se opor a sua crença. Atuam como nos tempos de barbárie mostrando que o respeito aos direitos humanos não tem valor para eles.

Em visita aos Estados Unidos, em setembro de 2015, o Papa Francisco enfatizou: “Sabemos que  nenhuma religião está imune a formas de delírios individuais ou extremismo ideológico. Isso significa que devemos ficar especialmente atentos a qualquer tipo de fundamentalismo religioso ou de qualquer outro tipo”.

Esse estado de “calamidade mental” não se coaduna com os nossos tempos. O homem evoluiu substancialmente em tecnologia e moralmente parece que nada mudou desde os primórdios de sua existência... A dificuldade do convívio social é evidente. As diferenças de ideias e crenças fortalecem esses fanáticos para que prevaleça um antagonismo tão gritante que os trucidamentos ocorrem a toda hora, como se o objetivo da vida fosse dominar e sobrepor-se a todos pela força.

O bom senso, a lógica e a ética não tem espaço nessas mentes enfermas e perversas. O alcance da fraternidade e do bom convívio mesmo com as diferenças, já que somos livres para disso valermo-nos, é algo inconcebível pelo clima beligerante que reina nesses povos que dramaticamente defendem o seu “deus”, e por ele matam! Que “deus” será esse que ao invés do amor prega o ódio? A ausência da razão impede que tenham a visão das coisas d´alma alijando-os da prática do bem.

A falta de respeito aos direitos do próximo e de uma educação humanística faz com que os confrontos ocorram em forma de terrorismo. O egoísmo e a intolerância prevalecem naqueles que tudo querem pela força independentemente dos meios utilizados para alcançarem os seus objetivos.

Os esforços para a concórdia não devem cessar. A ONU tem o dever de lutar e esgotar todos os meios pacíficos para que esses trucidamentos deixem de ocorrer. Consideremos, ainda, que esses que assim agem são alienados reféns do fanatismo religioso...

Luiz Guimarães Gomes de Sá
Médico e membro da Academia Pernambucana de Música

 

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