quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

FREVO DE PALCO


Opinião Diário de Pernambuco – 09.02.2011


Neste 9 de fevereiro, o frevo tem seu aniversário mais uma vez comemorado. Nas suas modalidades ele é um velho centenário, mas também um jovem revolucionário. Como nos gêneros bloco e canção há intérpretes vocais, onde temos a participação do povo. Já no de rua, a própria orquestra é a intérprete e bem que poderia ser o foco das atenções por esse gênero ser meramente instrumental.


Contudo, quando o frevo de rua é executado, regra geral, o povo dança ou os passistas assumem a cena no palco e a orquestra não aparece com sua exuberância. Há décadas, Felinho inovou em Vassourinhas dando-lhe um brilho todo especial, aliás, a beleza desse frevo está nos improvisos e, salvo engano, somente Vassourinha tem essa inovação. Se algum outro existe dessa forma, é caso isolado.


A Spokfrevo Orquestra estendeu esse horizonte e fez os músicos saírem do anonimato para torná-los elementos principais em cima de um palco enriquecendo o frevo com improvisos. Resgatou assim, aquilo que Felinho fez há tanto tempo e ainda hoje é enaltecido.


Assistir ao desempenho da orquestra é como degustar um bom vinho, onde cada gole corresponde aos compassos céleres que evidenciam a qualidade dos músicos. Isso é o que podemos chamar de frevo de palco, segundo Zé da Flauta.


Dentre as dezenas de apresentações que a SpokFrevo Orquestra já realizou no exterior, um dos destaques foi no North Sea Jazz, maior festival do gênero da Europa, que acontece anualmente em Rotterdam (Holanda), onde em 2010 a orquestra abriu o show de Stevie Wonder e foi aplaudida de pé por mais de quinze mil pessoas. Participaram ainda do encontro: Toninho Ferragutti, Nonato Luiz, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Romero Lubambo, Chick Corea, Herbie Hankoc, Ornette Coleman, Dee Dee Bridgewater, Al Green, entre outros.


Vale ressaltar que todos assistiram ao espetáculo sem fazer o passo, atentos e em silêncio com seus olhares fixos de perplexidade pelo desempenho da orquestra, intervindo somente para os aplausos merecidos e entusiasmados.


Assim, em qualquer estilo o frevo invade a nossa mente, é absorvido pelo nosso corpo e caminha sempre para o abrigo único e seguro: o coração do povo!





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