terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Valores do passado

 
Publicação: 19/12/2012 03:00
Opinião Diário de Pernambuco
Se por acaso lermos esse título principalmente em Pernambuco, certamente faremos alusão a uma composição antológica do inesquecível Edgard Moraes, onde transita por inúmeros blocos que fizeram o lirismo do nosso carnaval. É uma bela homenagem àqueles que imortalizaram o frevo de bloco. Seria muito bom que esse título ensejasse somente boas lembranças que marcaram época na história de Pernambuco, no âmbito da boa música. Como se diz rotineiramente: recordar é viver.

Mas, entre o sonho e a realidade existe, também, fatos nebulosos que maculam as nossas vidas e muitos deles denigrem a nossa história. Nesse caso, Valores do passado nos reporta a bons tempos onde não padecíamos de tantos males como os de hoje.

Referimo-nos com tristeza ao episódio do mensalão, e tantos outros similares que, também, fazem parte da nossa história, porém, de forma nefasta. No âmbito do julgamento surgem vários destaques que se notabilizam por posturas diametralmente opostas. Em primeiro lugar, o relator ministro Joaquim Barbosa aparece como um verdadeiro herói buscando a punição exemplar para todos que praticaram as graves ilicitudes. Do outro lado, temos o ministro Ricardo Lewandowski que deixa, também, a sua marca registrada pelas posições contrárias e polemicas.

Entendemos que não cabe o título de herói para quem quer que seja somente por ter cumprido com o seu dever de cidadão e guardião da lei. Contudo, o descrédito em todas as vertentes ora existente no Brasil é tão gritante, que aqueles que atuam com decência são a exceção quando, em realidade, deveria ser regra geral.

Assim, nesse julgamento que consideramos histórico para a vida nacional, busca-se resgatar os Valores do passado no âmbito ético-moral, onde a honestidade e dignidade humana tinham valor inestimável na conduta de cada cidadão. Será que estamos voltando aos velhos tempos, onde bastava a palavra do homem sem exigências documentais, registros em cartórios entre outras medidas de ordem burocrática?

Se a punição daqueles que se aproveitaram da posição política ou de cargos relevantes nos governos para enriquecimento ilícito de fato ocorrer, poderemos repetir sem demagogia que o crime não compensa e a impunidade deixa de ser o seu maior estímulo. Esperamos que esse sonho elimine os pesadelo que temos no dia a dia, para que os nossos filhos e netos possam ter orgulho de viver um período onde os Valores do presente sejam tal qual àqueles que nos deixaram saudade...

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