sábado, 27 de julho de 2013

Saudade dos bons tempo

 


Publicado em Opinião
Diário de Pernambuco 27.07.2013

Os tempos mudaram e muito. Em alguns aspetos para melhor, como na tecnologia em geral.  Nas comunicações o mundo teve um progresso expressivo principalmente, com o surgimento da internet e da telefonia celular que otimizaram sobremaneira o relacionamento humano. Porém tudo isso tem um preço. Transtornos os mais diversos acontecem como a falta de sinal que é uma das precariedades dos serviços, além dos spams e spywares indesejáveis e a ameaça constante dos hackers que invadem os sistemas. Outro exemplo negativo é a facilidade de comunicação daqueles que fazem o crime “organizado” e que se valem desses avanços, para suas articulações criminosas com mais eficiência.

Se para o homem de bem a moderna comunicação tornou-se ferramenta de trabalho, para os meliantes não é diferente, só que esse “trabalho” é contra a sociedade, pois nada de bom produzem e deixam um rastro de insegurança coletiva. Outrora chamávamos de organizado algo que nos surpreendia pela aparência e qualidade que aguçava nosso bom gosto. Por exemplo, num recinto em que adentrávamos e desfrutávamos de um agradável ambiente e depois com o bom atendimento recebido, deduzíamos tratar-se de algo organizado e por consequência, eficiente.

Já hoje, o adjetivo organizado perdeu o sentido de enaltecer o que seria fruto do resultado de um bom trabalho. Temos dois exemplos que estão na moda e fortalecem o que afirmamos: o crime e as torcidas ditas organizadas. As ações maléficas e nocivas fomentadas por esses grupos atormentam a sociedade e tudo isso que no mínimo é deplorável está adjetivado como “organizado...” Quando admitimos o uso desse termo estamos homenageando e engrandecendo o que não presta e que é repudiado pela sociedade. Já é tempo de mudarmos esse hábito equivocado e abolirmos essa utilização, já que a sua aplicação é descabida para esses casos. O povo que em sua maioria tem boa índole é que precisa se organizar e impor a ordem social que tanto almejamos impedindo, assim, que uma minoria desqualificada domine o cenário nacional.

É tempo de parar com tantos direitos humanos para esses que de humanos nada têm. Os delitos  perpetrados com requintes de crueldade fortalecem a assertiva. Vemos com frequência as reivindicações dos direitos desses elementos, contudo nunca ouvimos enfaticamente cobrança dos seus deveres... Assim, eles tomam fôlego e vão adiante cada vez mais vorazes sabendo que a impunidade é o melhor advogado que possuem. Enfim, muita coisa mudou, mudou para pior. Pelo visto, com tantas inversões de valores já devemos chamar urubu de meu louro, sem constrangimento algum...


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