Publicado no Jornal do Commercio
Coluna Caminhos da Fé 15.08.2016
A família é o
primeiro núcleo social que conhecemos ao nascermos. É a célula da sociedade e
nesse local firmamos o nosso primeiro convívio, fazendo parte dos “laços de
família” do ponto de vista material. Cada um de nós é parte integrante dessa
constelação que Deus nos reservou. Quando chegamos ao mundo temos obrigações a
cumprir ao longo de nossas vidas. Nossos pais, irmãos e outros que formam nossa
parentela física estão vinculados ao convívio diário para buscarmos a concórdia
e os ajustes dos desacertos de outrora. Encontramos em Mateus
12:46-50: “(...)Falava ainda Jesus à multidão quando sua mãe e seus irmãos
chegaram do lado de fora, querendo falar com ele. Alguém lhe disse: "Tua mãe e teus irmãos
estão lá fora e querem falar contigo"; "Quem é minha mãe, e quem são meus
irmãos?
Contudo se não temos
conhecimento do processo reencarnatório, torna-se difícil essa missão. A
misericórdia de Deus permite-nos constantemente oportunidades para esses
encontros que são desafios que enfrentamos para nos corrigirmos e alcançarmos a
ambiência fraterna entre os nossos familiares.
São diversas as
maneiras que essas provas nos aportam. O confronto de ideais muitas vezes nos
leva a choques de opinião e desavenças as mais variadas. De certo modo pode até
existir uma verdadeira intolerância contra alguém que nos rodeia e não raro os
sentimentos de aversão e ódio se instalam. Como explicar isso? Qual a razão que
nos leva a repelir com tanta veemência irmãos ou outros familiares que nunca nos
fizeram mal nessa existência? É preciso admitir que essas mágoas e desavenças
façam parte das nossas vidas pretéritas.
Se não refletirmos
dessa forma ficaremos sempre com dúvidas que nunca serão esclarecidas. Os
desajustes entre filhos e pais tão comuns na sociedade traduzem a necessidade
desse enfrentamento com renúncia, compreensão e resignação para essas agruras
que nos afetam. É necessário aceitar o convívio com as diferenças...
Por outro lado,
temos amigos que parecem ser nossos irmãos consanguíneos havendo um afeto
intenso e inexplicável... É nesse ponto que os laços espirituais realçam e fazem com
que coexista um clima de harmonia e fraternidade. Segundo Rodolfo Calligaris no
livro As Leis Morais, Cap.27, pg.56
“(...) Pela lei da reencarnação, ao contrário, as almas amigas se mantêm
solidárias, não apenas durante o fugaz período que vai do berço ao túmulo,
mas pelos milênios afora, gravitando, juntas, em busca de Deus, nosso
Pai Celestial”.(Grifo
nosso).
Esse barco tão
precioso que chamamos de família e
hoje tão desvalorizado merece um cuidado muito especial. É nele que todos nós,
sem exceção, singramos os mares das diversas reencarnações que nos propiciam o
aprendizado e o crescimento espiritual. São viagens que confirmam a misericórdia
do Pai para nosso progresso e revelação como filhos aplicados nas escolas das
nossas vidas. Consideremos cada dia como uma oportunidade singular para nos
ajustarmos tanto no lar quanto na sociedade, já que o tempo perdido não volta, e
se não aproveitarmos essa dádiva Divina estaremos fadados ao insucesso nesse
trabalho que nos propusemos realizar e negligenciamos sua consecução.
Luiz Guimarães Gomes
de Sá
Trabalha no Centro
Espírita Caminhando Para Jesus
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